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Nunca imaginei que chegaria tão LONGE!

Foto do escritor: Jill MuricyJill Muricy

São de lugares simples que saem as grandes personalidades. O segredo é lutar incessantemente por aquilo que se quer. Ninguém tem o poder de prever o futuro. Não é porque hoje nós vemos pessoas que julgamos "sem futuro" que de fato elas não possam ter um futuro promissor. Tudo muda a todo momento. E pessoas que não teriam nenhuma possibilidade de progredir na vida se tornam profissionais de sucesso. Há quem tenha todos os requisitos para fracassar na vida, e, mesmo assim, para o espanto da nação, dá a volta por cima. Nossas escolhas têm o poder de influenciar tudo ao nosso redor, inclusive, o destino, consequência de tudo que fazemos.

Roberto em Bariloche, na Argentina

Roberto Rodrigues Júnior nasceu na cidade de Patrocínio, Minas Gerais. De família tradicional e estruturada, amava viver naquele lugar, brincar com os primos e amiguinhos. Nos fins de semana, todos de sua casa almoçavam na casa da avó materna. O esperto garoto tinha uma infância feliz, jogava bola, cantava, era livre na sua mais autêntica essência. Aos 10 anos, Roberto teve um grande impacto em sua vida. Sua família foi morar em Uberlândia, também no estado mineiro. Porém, a saudade que ele sentia de Patrocínio, dos primos e amiguinhos, o deixou doente. O choque emocional afetou sua saúde e Roberto quase entrou em depressão. Foi internado com pneumonia, tudo por causa da emoção abalada. Sem contar a ameaça de separação que seus pais vinham enfrentando, o que, posteriormente, aconteceu. Mas, se reconciliaram. Após dois anos morando em Uberlândia, Roberto e a família voltaram para Patrocínio. Ele já estava com 12 anos, foi uma alegria inexplicável voltar às origens. Nessa época, já chamava atenção pela escrita, sua forma única de escrever poemas. As garotas de sua classe ficavam encantadas com a sensibilidade de seus versos, os quais ele assinava como Jonh Lenon e Charlie Chaplin. Sempre estudou em escola pública, exceto dois anos do Ensino Médio. No último ano foi reprovado. Aos 16 anos, Roberto e alguns amigos montaram uma banda de rock. Começou a rolar muita droga na banda, o que foi destruindo a vida de seus amigos. Porém, Roberto apenas bebia. A banda de rock não era vista com bons olhos pela cidade, não se acreditava no potencial de seus integrantes. Certa vez, Roberto foi impedido de namorar uma garota, porque a mãe dela o achava uma péssima influência para filha. Como Roberto foi reprovado no último ano do colegial, em escola particular, no ano seguinte ele foi estudar em escola pública à noite e trabalhar na padaria dos pais durante o dia. A rotina era pesada. Seus amigos estavam indo embora da cidade para trabalhar, estudar fora, mas, Roberto continuava no mesmo lugar. Diante da situação que vivia e dos desafios, Roberto finalmente concluiu seus estudos e prestou vestibulares para psicologia em duas cidades. Foi aprovado em Uberaba, também no estado mineiro. Ele queria cuidar das pessoas, pois sua experiência de vida o tinha deixado sensível em relação ao próximo. Em Uberaba, dividia república com colegas da faculdade, não podia sair para as babalas porque o dinheiro que os pais mandavam cobria apenas o gasto pessoal. Sempre que podia voltava à sua cidade para rever os parentes. No último ano da faculdade, começou a namorar uma colega de classe, que era baiana. Quando concluíram a faculdade, Roberto recebeu um convite da própria sogra, então proprietária de uma escola, para ir trabalhar na Bahia, juntamente com a namorada. O convite aconteceu na hora certa, pois Roberto precisava investir na profissão e conquistar pacientes. A mãe da namorada de Roberto o presenteou com um consultório, que não vingou. Tinha tudo para dar certo, mas não deu. Roberto ficou abalado com a situação e resolveu voltar para Patrocínio, para decidir o que fazer da vida. A namorada dele continuou na Bahia, trabalhando na escola da mãe. Ao chegar em Minas, os pais de Roberto estavam passando por uma crise financeira, não tinham mais a padaria, às vezes faltava até o básico para sobreviver. Roberto estava desempregado e sem expectativa de futuro. Mesmo à distância, o namoro com a moça baiana continuava firme. Os dois faziam pós-graduação em Uberaba, e se encontravam todo mês. A crise financeira estava cada vez maior. Roberto voltou a morar com os pais e precisava ajudar em casa. Foi tentar emprego em uma emissora de TV como assistente de câmera. Certo dia, ligou para conversar com uma ex-professora da faculdade a respeito da profissão. Ela, que tinha o próprio consultório, havia fechado a própria clínica para atender na sala de casa. Com isso, Roberto teve uma brilhante ideia que mudaria sua vida. Resolveu fazer um simples ambiente para começar atender os pacientes no quintal de casa. Transformou um pequeno cômodo em clínica para receber as pessoas. Sem dinheiro para reforma, o pedreiro, que era conhecido da família, fez o serviço com o próprio material, sem cobrar nada. Para completar, conseguiu móveis emprestados. Nessa época, Roberto escrevia para um jornal impresso, no qual falava sobre diversos temas. As pessoas gostavam do seu texto e o procuravam no seu humilde consultório. Os ventos estavam mesmo a seu favor. O número de consultas foi aumentando cada vez mais. Depois de muito perrengue, começou a ganhar dinheiro, trabalhava pra si mesmo e na prefeitura da cidade.


Roberto e seus filhos, Clara e Arthur

Quando a vida estava financeiramente mais favorável, com uma boa clínica lotada de pacientes, Roberto se casou com a namorada que conheceu na faculdade, que também era psicóloga. Tiveram dois filhos e uma vida feliz. Mas, após 15 anos de casamento, veio uma dolorosa separação e, com ela, a Síndrome do Pânico acompanhada de vários outros transtornos. A ex-mulher de Roberto voltou para a Bahia, levou os dois filhos, Clara, de 13 anos, e Arthur, de 12. A solidão foi inevitável. A sensação de fracasso visitou Roberto várias vezes durante aquele período turvo de sua vida. O tempo foi passando e o sol começou a surgir no demorado inverno que insistia em ficar. Após de 3 anos de tratamento, superou a Síndrome do Pânico, e a mesma psicologia que ele usa para auxiliar as pessoas ajudou a si mesmo.

Roberto e a mulher Heloísa

A proposta da escrita como psicólogo é trazer vida para as pessoas que enfrentam lutas. VIDA NOVA que se tornou seu sobrenome: Roberto Vida Nova se reergueu do caos, encontrou um novo amor e tem uma vida harmoniosa. Além de psicólogo clínico é palestrante, escritor e autor de quatro livros: Feliz Vida Nova; Aceita uma Madrugada de Estrelas? Jesus, Zaqueu e Você; e A Menina do Sorriso Torto. Seu próximo livro será Cartas aos Meus Filhos.

Roberto e uma leitora

Atualmente, ele também trabalha em uma rádio, com o programa Mente Aberta, em que aborda vários assuntos, inclusive, vida nova. Quem diria que aquele simples roqueiro julgado pela aparência chegaria tão longe? As pessoas são o que elas decidem ser, e o julgamento da sociedade não passa disto: um julgamento, que não corresponde à realidade. Todo ser humano é capaz de mudar sua própria história, basta não inventar desculpas e investir nas metas que um dia você chega no lugar aonde ninguém chegou.

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