Jill Muricy
A SUPERAÇÃO de um GÊNIO
Os GÊNIOS nascem com SINGULARIDADE, são admirados por onde passam, não abrem mão de PRINCÍPIOS e VALORES morais e, mesmo alcançando todos os objetivos da VIDA, levam sempre consigo a HUMILDADE. Têm BRILHO inconfundível, jamais perdem a HABILIDADE.

Um autêntico VENCEDOR
O Início
No dia 03 de março de 1953, às sete horas da manhã, na rua Lucinda Barbosa, em um dos quartos da residência do casal José Antunes e Matilde, chegava ao mundo mais um menino, o sexto filho e o caçula da FAMÍLIA. Um garoto lindo, de AURA resplandecente, iluminava todos que o tocavam.
Na SIMPLICIDADE do bairro de Quintino, Zona Norte do Rio de Janeiro, nascia um GÊNIO do Futebol Mundial, que brilharia nos campos do ocidente ao oriente. Seu nome de batismo é Arthur Antunes Coimbra, em homenagem ao seu avô materno, mas podemos chamá-lo de ZICO: o jogador de carisma INIGUALÁVEL.
Quando o futebol chegou na VIDA de Zico, ele ainda estava no ventre da mãe. O pai dele, seu José Antunes, apaixonado por futebol e torcedor rubro-negro, presenteava cada filho que nascia com um uniforme do Flamengo e da Seleção Brasileira. Porém, ele não imaginava que o seu último filho seria um dos maiores jogadores do planeta.
A INSPIRAÇÃO para Zico jogar bola veio ainda na infância através de seus irmãos mais velhos, Antunes e Edu, que jogavam pelada na rua, e do Dida, seu grande ídolo e jogador do Flamengo. Zico conta que, depois que aprendeu falar papai e mamãe, a terceira palavra foi Dida. Quando o GÊNIO tinha dois aninhos, Dida fez quatro gols numa final do Campeonato Carioca, e o Flamengo foi Tricampeão. O mesmo treinador que lançou Dida como Jogador lançou o Zico no time profissional, quase 20 anos depois.
Aos sete anos, Zico e os irmãos jogavam bola no meio da rua. De forma saudável a garotada se divertia com a brincadeira. Todos tinham cuidado para não machucar o irmão mais novo. O maior SONHO de Zico era jogar com a camisa 10 do Flamengo, por causa do Dida. O Grande Arthur afirma que Deus foi generoso, pois assim que entrou para o clube, ainda na escolinha, recebeu a sonhada camisa para jogar.
Zico iniciou sua carreira jogando futebol de salão no Juventude de Quintino, no bairro onde morava. Depois começou a praticar Futsal no River Football Club, no clube da Piedade. Ainda menino chamou atenção pela forma que jogava. Mas seu primeiro clube de futebol de campo foi o Flamengo, aos 14 anos, levado pelo radialista Celso Garcia, amigo da família. Celso assistiu a uma partida em que Zico jogava com a camisa dos Santos em um torneio no River. Em uma vitória de 15 a 3, o garoto marcou dez gols de seu time.

Zico, eterno ídolo do Flamengo
Antes de Zico atuar como jogador profissional no Flamengo, ele foi mandando para Feira de Santana na Bahia, com um grupo de jogadores cariocas para fazer um teste no Fluminense de Feira. Mas não foi aprovado por causa de seu porte físico e voltou logo em seguida para o Flamengo. Devido ao corpo franzino e ao bairro de origem, Zico foi apelidado carinhosamente como o “Galinho de Quintino”.
Com o passar dos anos no clube, Zico começava a demonstrar um futebol diferente, empolgante, com dribles únicos, lançamentos e arrancadas sensacionais para fazer gol. Habilidade era a maior característica para cobrar as faltas que batia. Em 1974, conquistou o segundo campeonato carioca pelo Flamengo, o primeiro como titular e com a camisa 10. Recebeu sua primeira Bola de Ouro, da revista Placar no Campeonato Brasileiro, eleito pela publicação o melhor jogador da competição. Estava acontecendo a Era de Ouro do Flamengo.
Além do reconhecimento de início de carreira que o GÊNIO teve no Flamengo, o time foi marcado pela ERA Zico, que dividiu a história do clube em duas partes: antes e depois do Zico.
O futebol quase perfeito do Galinho de Quintino
Em 1978, o eterno camisa 10 conquistou um Tricampeonato Carioca. Em 1979, aos 26 anos, Zico marcou seu 245º gol, em uma partida contra o Goytacaz Futebol Clube, superando Dida como o maior artilheiro da história do Flamengo.
Cobiçado por times tradicionais da Itália, Zico foi o maior valor pago até então no país por um jogador. O brasileiro chegou a Udine tratado como um rei, mas, ele sempre manteve a postura humilde. Um dos reservas do Udinese chegou a ter calafrios e desarranjos intestinais na primeira vez que foi escalado para jogar ao lado do GÊNIO.
Na Itália, a jogada de Zico era impressionante, deixava o goleiro apavorado com suas jogadas e cobranças de faltas. Teve até debate na televisão local em um programa esportivo, com o tema: ”Como evitar os gols de Zico?” Após duas temporadas no país, Zico voltou para o Brasil.
Em sua volta ao Flamengo, em uma partida contra o Bangu, o GÊNIO recebeu uma entrada maldosa de um jogador e teve uma torção forte no joelho e tornozelo esquerdo. Esse episódio abalou a estrutura física de Zico. Em 1986, já com a lesão, ele queria fazer a cirurgia antes de ir à Copa. Os médicos, porém, disseram que se ele fizesse um esforço maior para tentar fortalecer a musculatura, talvez pudesse jogar. Zico, então, treinou até conseguir.
Após a Copa, o Zico fez a primeira cirurgia e não teve o resultado desejado. Voltou a ter outras torções e foi quando precisou da segunda cirurgia, um pouco mais delicada. Nesse momento, o GÊNIO foi visitado pelo maior medo de sua existência: não poder mais jogar. Na hora do procedimento cirúrgico, ele falou ao médico: “doutor, se o senhor me der cinco por cento de chances de voltar a jogar, eu me agarro nessa possibilidade, porque não quero acabar com minha carreira por causa de uma lesão”.
Zico ficou nove meses sem jogar, como se fosse uma gravidez mesmo. Foi apenas um simples recomeço para ficar mais FORTE. O procedimento que fora submetido não era tão comum como atualmente, e o médico nunca tinha feito tal cirurgia em um jogador de futebol. O GÊNIO prosseguiu com todos os cuidados de fisioterapia e fez o maior esforço para continuar jogando.
Jamais Deus tiraria de alguém aquilo que mais sabe fazer. Porém, Zico voltaria a brilhar nos campos para encerrar sua HONROSA carreira com maestria.

Zico: O melhor do Brasil
Quando voltou a jogar foi para o Japão atuar no Kashima Antlers. Sua passagem pelo Japão é apontada como uma das maiores razões para a popularização e profissionalização do futebol no país. A primeira edição do campeonato japonês ocorreu em 1993. Em 1994, em terras orientais, Zico aposentou-se dos campos como jogador, após o término da segunda edição da J-League com o Kashima.
O GÊNIO que o Mundo respeita ficou bastante reverenciado no país asiático, que aprendeu a gostar de futebol muito por conta do carisma e atuações do ídolo, detentor inclusive de uma estátua em terra nipônica. Em 2017, a Toyota fez um carro exclusivo em homenagem e reconhecimento ao GÊNIO brasileiro, com logo especial: Zico.
Quando ainda estava no time japonês, Zico voltou ao Maracanã uma vez, convidado pelo grande amigo Roberto Dinamite. Era o amistoso de despedida deste, partida entre o Vasco e o Deportivo La Corunã, de Bebeto, amigo de ambos. Esse dia ficou famoso por ser a única vez em que o Galinho entrou em campo com a camisa cruzmaltina.
Em atividade, Zico jogou no Flamengo, seu clube do coração, em dois períodos diferentes, e atuou no Udinese (Itália) e no Kashima Antlers (Japão). Na Seleção Brasileira Olímpica, Zico integrou a equipe da classificação dos Jogos de 1972, tendo inclusive marcado gol. No entanto, em decorrência de seu irmão Nando ter sido preso pela Ditadura Militar, Zico foi impedido de ir à Olimpíada de Munique.
Zico e a Seleção Brasileira
Pela Seleção Brasileira principal, Zico jogou por dez anos, em três Copas do Mundo. Embora não tenha ganhado nenhum título pelo mundial, brilhou em todos eles. O GÊNIO foi convocado para Copa do Mundo pela primeira vez em 1978. Na ocasião, o que seria o primeiro gol de Zico pelo torneio, terminou anulado.
Era final de estreia na primeira fase de grupos, contra a Suécia, quando o árbitro encerrou a partida no momento que a bola estava no ar, após uma cobrança de escanteio, antes que o cabeceio do GÊNIO a fizesse entrar na rede.
Em 1982 esteve presente, mas não conquistou a taça. E em 1986, antes de fazer a cirurgia mais delicada de sua vida, Zico teve a maior frustração de sua carreia, em uma cobrança de pênalti contra a Itália: o GÊNIO não acertou a rede e o Brasil perdeu. Após 89 partidas e 66 gols pelo Brasil, Zico se despediu da Seleção como o segundo maior artilheiro da história, atrás apenas do Pelé.
Após encerrar sua magnífica carreira como jogador, Zico voltou ao Brasil e entrou na política no governo de Fernando Collor. Em 1990, foi Secretário Nacional de Esportes, cargo público que exerceu por dois anos. Em 1984, Zico fez parte da Seleção Brasileira de Futebol de Areia e foi bicampeão do Campeonato Mundial, da Copa América e do Torneio Internacional do Japão, entre 1995 e 1996.
O GÊNIO é considerado pela torcida do Flamengo o maior jogador da história do clube. E o maior jogador brasileiro, depois do Pelé. É o maior artilheiro da história do estádio do Maracanã. É o terceiro maior futebolista do século XX (atrás do Pelé e Garrincha). O quinto maior futebolista da América do Sul, segundo a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS).
Em 2012, foi eleito um dos “100 brasileiros de todos os tempos”, em concurso realizado pelo SBT e a BBC de Londres.
O centroavante mais respeitado do Brasil deu início a uma longa carreira como treinador. Foi convidado para treinar o Flamengo, porém, o Galinho não aceitou. Na Copa do Mundo de 1998, integrou a equipe técnica do Brasil ao lado de Zagallo. Depois exerceu o cargo de selecionador da Seleção Japonesa. O GÊNIO foi treinador do Kashima (Japão), Fenebahçe (Turquia), Bunyodkor (Uzbequistão), CSKA Moscou (Rússia), Olympiakos (Grécia), Seleção Iraquiana (Iraque), Al-Gharafa (Catar) e FC Goa (Índia).
Nem o futebol larga o Zico, nem o Zico larga o futebol. Atualmente, o GÊNIO tem uma escolinha de futebol no Rio de Janeiro: Clube de Futebol Zico (CFZ). Ele passa para as novas gerações tudo que aprendeu nos campos. E comenta que Deus o deu talento para ele passar o conhecimento futebolístico para os outros.
Vários estados do Brasil contam com a presença da escolinha do GÊNIO. Zico faz visitas às filiais e dá palestras sempre que possível. Além disso, é comentarista esportivo na TV Esporte Interativo. Ele também é dono do Canal Zico 10 no YouTube, onde entrevista jogadores e fala sobre futebol, e da cerveja Zico Art Beer, exclusiva para sócios de seu clube, e ainda é integrante do Flamaster. No carnaval de 2014, foi enredo de Escola de Samba, com o tema: “Arthur X - O reino do Galinho de Ouro na corte da Imperatriz”, pela escola Imperatriz Leopoldinense.

Quem é rei nunca perde a MAJESTADE
Mesmo após anos, ainda hoje Zico tem o maior cuidado com a perna que sofrera lesão no passado. Faz exercícios, corre na piscina, para estar saudável e em boas condições inclusive para brincar com os sete netos. Joga, não como antes, mas a bola continua presente em sua vida. E, com o avanço da medicina, Zico chegou a consultar alguns médicos para fazer novamente a cirurgia. Mas os profissionais de saúde acharam melhor não, porque o joelho poderia não resistir e por causa de sua idade.
Zico é casado com Sandra, o grande amor de sua vida. Ele a conhece desde quando ela era uma adolescente de 14 anos. Os dois são casados há 47 anos. Têm três filhos: um cantor, um empresário e outro jogador de futebol. Durante o tempo que Zico morou fora do país, Sandra cuidou dos filhos sem a presença do GÊNIO, pois ele precisava trabalhar. Isso aumentou ainda mais a FIRMEZA da FAMÍLIA tão unida e equilibrada.

O GÊNIO segurando A Marca dos VENCEDORES
O GÊNIO não tem mais sonho, pois o único que tinha foi realizado ainda na adolescência (Jogar com a camisa 10 do Flamengo). Sabe administrar o SUCESSO e a fama. É rico, mas carrega dentro de si um coração simples e humilde. É super simpático com os fãs e trata bem os jornalistas. Admirando e respeitado por onde passa, e no Japão, até hoje é aclamando quando visita o país oriental. Um grande homem assim só podia ser do BRASIL.