Invadi o Palácio Real Para Falar com o REI
A VERDADE é que a gente passa grande parte do TEMPO atrás de explicação para tudo em nossa volta.

Mulher andando à procura de algo/Foto: Jill Muricy
Queremos entender os acontecimentos, é bom não deixarmos nada mal resolvido para trás. O questionamento não é uma coisa ruim, mas nem sempre encontraremos a resposta que tanto procuramos dentro e fora de nós.
Almejar respostas para nossa vida seria uma perda de tempo? O que é perder tempo? Nem sempre sabemos responder as interrogações que nos são feitas.
Sempre lutei por aquilo que meu coração acredita, jamais deixei de ser fiel a ele.
Certo dia, eu estava em casa sozinha, em uma noite de primavera, não conseguia dormir e, aquela calmaria que vinha do jardim inquietava-me. Meu ser queria respostas que eu não possuía, quer dizer, muitas coisas que eu desejava, estavam longe do meu alcance.
Meu pequeno gatinho dormia profundamente na minha cama, mas o sono insistia em ficar longe de mim. Então, vesti um casaco longo, e saí de casa à procura da resposta que não me deixava dormir. Eu não sabia dar nome às coisas, só queria entender porque aquilo acontecia comigo.
Era madrugada fria com total silêncio, a cidade dormia, não havia ninguém na rua, eu andava solitária entre árvores e vielas.
Chorando, eu procurava algo que fugia do meu controle, os bancos da praça estavam molhados com o orvalho da aurora, tentei sentar, mas a garoa era agressiva.
Os guardas da cidade viram-me e correram atrás desta frágil mulher, bateram-me até cansar, eu os implorei que deixassem-me ir, pois queria algo que não sabia explicar.
Corri aos prantos, sentia-me impotente. Por que tudo aquilo estava acontecendo comigo? Eu não entendia absolutamente nada.
Angustiantes noites, anunciam belos amanheceres! O novo dia raiava no horizonte azul, o sol dava indícios de que não tardaria a chegar. Eu estava cansada de tudo, quando percebi encontrava-me diante do Palácio Real, e o Rei era o único que poderia resolver o meu problema.
Comecei bater à porta desesperadamente, minhas vestes estavam sujas e rasgadas por causa da tormenta da madrugada. Os vigias reais abriram-me as portas do castelo, e eu corri rapidamente para falar com o Rei que vinha ao meu encontro.
Ele abraçou-me demoradamente, mas eu chorava compulsivamente.
A Majestade sabia o que estava se passando comigo mesmo eu sem abrir a boca. A delicadeza do Rei acalmou-me inexplicavelmente. Eu não pronunciava uma só palavra, e ainda assim Ele compreendia-me.
Foi aí que Ele abriu a boca e disse: "às vezes, te permito o desespero para que possas procurar-me, depender de mim, tudo o que procuras está em mim..."! Suas doces palavras faziam-me levitar, e todas as respostas que eu procurava durante toda a minha existência, estavam dentro de mim na presença do Rei.
Foi aí que compreendi que as conclusões que eu precisava, não estavam em qualquer coisa, pessoa, fato, mas na presença do Rei, dentro de mim.
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