O AMOR do Meu PAI
Nasci em uma família bem estruturada, com apenas dois filhos, meu irmão e eu. Nosso pai, um homem fazendeiro, JUSTO e HUMILDE de CORAÇÃO, possuía muitas propriedades de terra e vários empregados. Nós morávamos em um lugar bem tranquilo, na Bela fazenda Aurora, onde o SILÊNCIO e Paz faziam morada.

Quando o SOL surgia atrás das montanhas, eu já estava acordado pronto pra cavalgar pelos campos ao redor de casa. Adorava cantar junto com os pássaros, banhava-me na cachoeira, e comia frutas no pé. Às vezes ajudava os funcionários a conduzir o gado de uma roça para outra; o rebanho já me conhecia, fazia isso todos os dias, mas não vivia uma mesmice, porque o TEMPO era único.
Meu irmão mais velho morava na cidade, fazia faculdade e ia nos visitar nos fins de semana, enquanto isso ele só vivia esbanjando o dinheiro do nosso pai. Não era rebelde, mas também não queria nada além de VIVER naquele PARAÍSO chamado Aurora. Minha mãe vivia viajando, tinha vezes que ficávamos em casa somente eu e meu pai por meses.
Eu duvidava do AMOR do meu pai, pensava que ele gostava mais do meu irmão do que de mim. Certo dia, tivemos uma discussão por causa disso e eu fui embora de casa. Senti-me ofendido com as palavras duras que ele pronunciou a meu respeito. Como eu tinha um pequeno rancho à beira da colina, que ficava longe de tudo, fui morar lá sozinho. Sentia saudade do meu doce lar, mas não queria voltar porque eu estava muito magoado com o que tinha acontecido. Às vezes minha mãe ligava me pedindo para voltar, porém eu insistia em ficar.
Após alguns meses, voltei a cavalgar pelas estradas da região e, numa tarde nublada, passei em frente à Aurora. Tinha um empregado do meu pai, que era meu amigo, consertando a cerca. Ele ficou super FELIZ ao me ver. Conversamos por alguns minutos, e eu o pedi para dar um recado ao meu pai: que se ele me perdoasse pelo ocorrido, que um lenço branco fosse amarrado na cancela, como sinal para eu voltar...
No dia seguinte fui novamente pelo mesmo caminho ver se meu pai havia deixado o sinal, temia que ele fosse indiferente ao meu pedido. Ao chegar perto da propriedade, fui completamente IMPACTADO pelo que vi: meu pai tinha coberto a cancela, as árvores e o caminho com lenços brancos, TUDO estava tomado de lenços... nesse momento eu comecei a chorar desesperadamente, pois me senti AMADO por aquele que me criou. Desci do cavalo e abracei a cancela aos prantos, o choro não de dor, era ALÍVIO por saber que meu pai me amava e queria que eu voltasse para casa.
Meu orgulho foi destruído pela DELICADEZA do AMOR e eu voltei a morar com minha FAMÍLIA que tanto me amava e esperou todo o TEMPO por minha volta. Quando se AMA o AMOR fica mais FORTE com o passar do dias, esperando uma oportunidade para se entregar àquele que procura REFÚGIO.